sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Shell e Cosan confirmam parceria

Royal Dutch Shell e Cosan confirmaram nesta segunda-feira a joint venture para produzir e distribuir etanol. Fruto da associação, a Raízen nasce com um valor de ativos de US$ 20 bilhões, faturamento de US$ 50 bilhões e cerca de 40 mil funcionários. A marca Shell será mantida e a Esso, comprada pela Cosan em 2008, deve desaparecer dos postos de combustíveis no Brasil em até 36 meses e passar a adotar também o nome Shell.
A Raízen será uma das cinco maiores do País em faturamento, de acordo com as empresas. A nova organização será responsável por uma produção de mais de 2,2 bilhões de l de etanol por ano para atendimento ao mercado interno e externo. A tentativa será de transformar o etanol em uma commodity global. As atuais 23 usinas da Cosan produzem 4 milhões de t de açúcar e tem 900 MW de capacidade instalada de produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana.
"Queremos consolidar o etanol de cana de açúcar como commodity internacional", disse o diretor presidente da nova empresa, Vasco Dias. "Queremos ser reconhecidos pela excelência no desenvolvimento e produção de energia sustentável", completou.
De acordo com Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do conselho de administração da nova empresa, a fusão nasce da reunião de forças para tornar a marca uma referencia mundial em energia. "Formamos uma organização com números significativos e já iniciamos uma produção de liderança em energia sustentável", afirmou Ometto. "Nossa intenção é aumentar significativamente a exportação de etanol e cana de açúcar. Nossa é meta é dobrar a produção de etanol".
As empresas haviam assinado em agosto de 2010 um acordo para unir as operações no ramo do combustível renovável. "Tenho certeza que essa associação vai ser melhor e maior do que todos esperam", disse Vasco Dias. "Estamos criando mais um líder global".
Conforme o memorando assinado no ano passado, a joint venture inclui a transferência de todas as usinas de açúcar e etanol da maior produtora de açúcar e álcool do Brasil, incluindo cogeração de energia a partir do bagaço da cana e ativos de distribuição e comercialização de combustíveis. As dívidas da Cosan serão incorporadas à nova empresa que nasce com uma dívida de aproximadamente US$ 2 milhões. A Cosan continuará existindo no segmento da cana de açúcar.
O nome da nova empresa, segundo Dias, é a união das palavras raiz e energia. A ideia é reforçar, através da marca, a identidade brasileira. Raízen é a união de "duas forças", a raíz, que extrai nutrientes necessários para o crescimento da planta, e a energia, necessária para todo movimento.